Urologista Marcelo Vieira e ginecologista José Bento foram convidados.
Médicos mostraram o sistema urinário e deram dicas para evitar problemas.
Infecção urinária é a infecção bacteriana mais comum no ser humano,
principalmente entre as mulheres dos 20 aos 40 anos e as grávidas. Já os
homens sofrem mais na primeira infância e depois dos 55 anos, sobretudo
por distúrbios na próstata.
O problema é tão recorrente que apenas 10% das pessoas que responderam à
nossa enquete no site disseram desconhecer a dor e a ardência típicas
da infecção.
Dependendo do local em que os agentes invasores se instalam, a doença é
chamada de vulvovaginite (abertura da vagina), cistite (uretra e
bexiga) ou pielonefrite (rins). E, na hora do aperto, muita gente ignora
o sinal do cérebro de que a bexiga está cheia e deixa para fazer xixi
depois. O problema é que, ao não urinar, a uretra pode ficar mais suja e
facilitar uma complicação.
Quem esclareceu melhor o assunto nesta terça-feira (6) foi o urologista Marcelo Vieira, ao lado do ginecologista e consultor José Bento. Os médicos também ensinaram cinco dicas para evitar doenças no aparelho urinário.
Beber água é fundamental para prevenir inflamações e infecções. A
hidratação ajuda a manter o aparelho ativo, com fluxo de urina normal e
saudável. A água também é necessária para uma série de processos
metabólicos e biológicos do organismo.
Outra dica importantíssima destacada pelo Bem Estar é que as pessoas
devem prestar atenção na cor da urina, que precisa ser clara. Uma
coloração mais amarelada pode ser falta de hidratação, alimentação ou
decorrência do uso de medicamentos. A primeira urina do dia é mais
escura porque à noite um hormônio secretado aumenta a absorção de água e
a concentração do xixi.
Se houver sangue na urina, sinal de alerta: há 80% de chances de você
precisar de tratamento. O sangue pode indicar infecções, doenças
hereditárias (como rins policísticos), pedras nos rins, doenças de
próstata, traumas e até tumores.
Portanto, sempre que você ou alguém da sua família detectar sangue na
urina, é preciso procurar um médico e fazer os exames indicados. Esse
xixi pode aparecer com coloração avermelhada ou até marrom, quase preta.
A dica seguinte é sempre urinar depois do sexo. Isso porque o atrito e
as bactérias envolvidas na relação podem contaminar a região pélvica da
mulher. Ao fazer xixi, o aparelho urinário é exercitado e elimina grande
parte das bactérias que podem ter entrado na uretra e ir em direção à
bexiga. A própria vagina já concentra micro-organismos que podem causar
infecção.
A higiene íntima também é imprescindível, principalmente para as
mulheres, que têm a vagina e o ânus em locais muito próximos. Uma boa
dica é limpar, sempre que possível, o xixi com papel higiênico e o cocô
com chuveirinho.
Sabonetes íntimos também são úteis, mas devem ser usados na medida
certa (até uma vez por dia), porque a vagina tem uma flora bacteriana
importantíssima para manter o pH da região e proteger a mulher.
Absorventes internos precisam ser trocados a cada 2 ou 3 horas, e não se
deve dormir com eles.
De qualquer forma, a limpeza precisa ser eficiente, para que as
bactérias da vagina e do ânus não entrem no canal da uretra. A bactéria
mais comum entre as responsáveis pela infecção é a
Escherichia coli,
que vive no intestino e pode passar para o trato urinário. Para evitar o
contato desse aparelho com as fezes, devem-se limpá-las sempre de baixo
para cima. Um lenço umedecido também pode ser um bom aliado na limpeza
íntima feminina.
Sistema urinário
É composto pelos rins, ureter (canal que leva a urina dos rins até a
bexiga), bexiga e uretra (canal que conduz a urina da bexiga para fora
do corpo).
A bexiga precisa ter um mínimo de líquido armazenado para que a pessoa
consiga fazer xixi. Se for muito pouco, ela não funciona e fica
esperando encher. Na hora do aperto, a bexiga envia um sinal para o
sistema límbico, no cérebro, que manda o corpo resolver o problema com
urgência.
O ideal é não deixar a bexiga chegar ao volume máximo, porque ela pode
pressionar os músculos em volta e provocar uma sensação de incômodo e
desconforto. Com a idade, o assoalho pélvico perde a sustentação e a
força, facilitando a ação das bactérias. Por isso, beba sempre muita
água e faça xixi como frequência.
Diagnóstico
Existem dois exames essenciais para descobrir qual é a origem do seu
problema urinário. O primeiro é um teste de urina tipo 1, que fica
pronto no mesmo dia e detecta o número de leucócitos (células de defesa)
no xixi. Se houver demais, é sinal de que alguma bactéria entrou no
sistema urinário e está causando infecção.
O segundo exame é a urocultura. As bactérias da urina são cultivadas
durante cinco dias para identificar quem são elas e, consequentemente,
qual é o antibiótico mais eficaz para eliminá-las.